NOITE COLORIDA
a suave noite dos gatos
roçou a janela
bebeu numha cunca invisível
leite frio...
No raio verde de neon
esticou o negro rabo
e ensopou o pezinho
numha banheira negra;
e quando a lua chea
desaguou no céu da noite
fitou com olhos d’ouro
naquel disco de prata...
As antenas (orelhas em ponta)
estendeu entom com força
para saudar sussurros
dumha orquestra em branco e preto...
naquel disco de prata...
As antenas (orelhas em ponta)
estendeu entom com força
para saudar sussurros
dumha orquestra em branco e preto...
Julia Pióro (1902-1988), poeta polaca em esperanto
(notas
para lusófonas/os nom galegas/os: cunca: chávena (PT, PALOP), xícara (BR)).