Mostrar mensagens com a etiqueta Éva Tófalvi. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Éva Tófalvi. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Atrás da janela




ATRÁS DA JANELA

Anoitece
   Por caminhos sem nome
   a sua alma vaguea
   por benditos caminhos de estrelas
   onde nom tenhem
   que corar as meixelas
   que tremer os lábios
   por sentir vergonha
   por esconder desejos
   Atravessa o bárrio
   blocos uniformes
   parques diminutos
   chega correndo
   a un vasto prado
   onde encontra a paz
   abraça o firmamento todo
   e lembra-se
   lembra-se da liberdade
   Mais logo se abre a porta
   o marido
   pede a sua cea
   os nenos
   a ver a tele absortos
             Acaba o dia

Éva Tófalvi (1947-). Poeta húngara em esperanto


(notas para lusófonas/os nom galegas/os: meixela: bochecha. Logo: na Galiza tamém significa 'depois'. Cea: jantar, derradeira refeiçom do dia, que na Galiza som o almoço, o jantar e a cea)


Os esquecidos



OS ESQUECIDOS

Vam voltando os esquecidos
Durante as noites brancas
quando hai lua chea

quando os rios alagam
e sangram as feridas
Vam voltando
Rodeam-te
como a um caixom num velório
Nom tés medo a envelhecer?
perguntam e
pedem sítio na tua vida

Éva Tófalvi (1947-), poeta húngara em esperanto