quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um poema é um coito




UM POEMA É UM COITO

Um poema é um coito
que nom tivo lugar,
maré de lascívia que,
ao nom dar com o oceano,
quebrou muros de palavras
e avançou como umha enchente
sobre a chaira de papel...

Um poema nace
após uns nove meses,
dumha saia que bambea,
dumhas ligas,
que alterárom os nervos
e os deixárom vulneráveis.
Um poema é umha pera,

um sucedáneo,
que descarrega por um tempo
a exigência dos colhões.

Um poema é um coito
e, ao mesmo tempo,
um coito é um poema.
                       
                                1959

William Auld (1924-2006), poeta escocês em esperanto

(notas para lusófonas/os nom galegas/os: tivo: teve; chaira (do latim PLANARIA): planície; pera: punheta, segóvia, masturbaçom)


1 comentário:

  1. POEMO ESTAS KOITO

    Poemo estas koito
    kiu ne okazis,
    lascivotajdo, kiu,
    ne trovinte sian oceanon,
    breĉis la vortobrikojn
    kaj inundis sur la
    paperebenaĵon...

    Poemon naskas,
    eble post naŭ monatoj,
    flirta jupo, koksosvingo,
    ĵarteloj,
    kiuj incitis la nervojn
    kaj lasis ilin malimunaj.
    Poemo estas masturbo,
    surogata kreo,
    kiu provizore malŝarĝas
    la trotrudajn kojonojn.

    Poemo estas koito
    kaj, inverse,
    koito estas poemo.

    1959

    ResponderEliminar