terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ser besta umha hora!


SER BESTA UMHA HORA!

Deixa,
vai, deixa-me em paz!
Estás a ver:
hoje
eu tirei
e rachei
o branco e rejo colar da Decência
e a gravata da Moral
colguei-na no muro do Olvido.
Deixa!
Ao cabo
tam só som um home
e
queria no entanto
ser besta umha hora
e lamber sangue!


Nikolai Kurzens (1910-1959), escritor letom em esperanto


(nota para lusófonas/os nom galegas/os: rejo: rijo)

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