A COROA
Eu levo umha coroa
de luz de estrelas e hirtas espinhas
enquanto junto a mim caminhas,
ó meu meninho, meu cativo.
Reviram-se as mulheres pra me olharem
tal se a coroa ardesse nos ares:
ou é feita de chamas de alegria,
ou nos meus olhos o reflexo brilha
dos teus, que o Paraíso vírom:
no mais profundo guardam
asas de anjos, risos divinos,
sorrisos das Virges
co neno no colo, de olhar infinito;
pois eu bendita som entre as mulheres
e tu, meu fruto, és tamém bendito.
Clelia Conterno Guglielminetti (1915-1984), poeta italiana
(notas para lusófonas/os nom galegas/os: meninho, cativo, neno: meninho)