DAQUEL PASSADO NOSSO: DOUS LAMENTOS
Daquel passado nosso: dous lamentos,
ou sombras em vagares erradios,
dous gelos, dous abraios fugidios,
dous berros, duas mágoas, dous tormentos.
E jaz o amor, cadáver ao relento,
nos beiços, braços, seios, nesse cio.
Procuras-me com beijos falsos, frios,
por outras bocas, negros firmamentos.
Porém na língua levo o teu gosto
Daquel passado nosso: dous lamentos,
ou sombras em vagares erradios,
dous gelos, dous abraios fugidios,
dous berros, duas mágoas, dous tormentos.
E jaz o amor, cadáver ao relento,
nos beiços, braços, seios, nesse cio.
Procuras-me com beijos falsos, frios,
por outras bocas, negros firmamentos.
Porém na língua levo o teu gosto
e o ventre teu o meu calor percorre;
vence a saudade, que me alaga o rosto.
E pra unirem-se bradando correm,
vence a saudade, que me alaga o rosto.
E pra unirem-se bradando correm,
embora num tormento contraposto,
as duas ánsias, que afastadas morrem.
Miguel Fernández (1950-), poeta espanhol em esperanto
(notas para galegas/os: cio. apetite sexual, luxúria)
(notas para lusófonas/os nom galegas/os: dous: dois; abraio: espanto, assombro)
as duas ánsias, que afastadas morrem.
Miguel Fernández (1950-), poeta espanhol em esperanto
(notas para galegas/os: cio. apetite sexual, luxúria)
(notas para lusófonas/os nom galegas/os: dous: dois; abraio: espanto, assombro)
EL NIA NIO INTA - DU LAMENTOJ
ResponderEliminarEl nia nio inta - du lamentoj,
du nigroj dise drivi kondamnitaj,
du frostoj, du stuporoj viv-evitaj,
du ŝrikoj, du elvokoj, du turmentoj.
Kadavras plu la kor' de miaj sentoj
ĉe lipoj, sinoj, brakoj am-invitaj.
Vi serĉas min per kisoj hipokritaj
en fremdaj buŝoj, strangaj firmamentoj.
Sed lange mi saporon je vi portas,
ĉe via ventro mia varmo spuras,
feblas fiero, dum saŭdado fortas.
Kaj fate, ve!, kunflui stride kuras
ĉi du anksioj, kiuj disaj mortas
kaj kunaj reciproke sin torturas.